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bicho do mato

Aqui fala-se de natureza, aves, bichos em geral e do que mais me passar pela cabeça

bicho do mato

Aqui fala-se de natureza, aves, bichos em geral e do que mais me passar pela cabeça

27
Jan18

1º Censo Nacional de Garça-branca-grande

Na sequência do bem-sucedido Censo de Águia-pesqueira (2015, 2016 e 2017) organizado pelo portal Aves de Portugal, foi decidido levar a cabo o 1º Censo Nacional de Garça-branca-grande nos pretéritos dias 20 e 21 de Janeiro de 2018. Este projecto de ciência-cidadã resultou numa participação de 168 voluntários e na contabilização de 347 a 374 garças-brancas-grandes (Ardea alba), 691 a 778 colhereiros (Platalea leucorodia) e 19 a 21 cegonhas-pretas (Ciconia nigra).

 

Garça-branca-grande (Egretta alba) Águas-de-Moura (24-01-2016) (3).JPG

Garça-branca-grande (Ardea alba) Estuário do Sado (24-01-2016)

 

Segundo João Tomás e Gonçalo Elias (equipa organizadora), "o intervalo obtido aponta para um total de 347 a 374 garças-brancas-grandes no território nacional. Analisando a tabela e o mapa de resultados é possível perceber que a população invernante desta espécie se concentra sobretudo em áreas de arrozal, como o vale e a foz do Mondego, as lezírias do baixo Tejo e ainda o estuário do Sado. Não menos importantes são as zonas húmidas costeiras com algumas produção de arroz associada, como é o caso da Ria de Aveiro. Também as albufeiras e açudes dos distritos de Santarém, Évora, e Beja têm um peso importante na escolha desta espécie para passar os meses de Inverno. Por fim, um pequeno número de indivíduos distribui-se ao longo da faixa costeira dos distritos de Viana do Castelo, Porto, Leiria e Faro e ainda em albufeiras e açudes dos distritos do interior centro-norte, como são os casos da Guarda, Castelo Branco e Portalegre."

 

Na opinião da organização, "este censo foi um sucesso a todos os níveis: grande adesão de voluntários, elevado grau de cobertura do território nacional, excelente organização das equipas nos locais de maior dimensão, condições meteorológicas muito favoráveis e acima de tudo muitas garças-brancas-grandes."

 

A situação desta espécie como como ave invernante no nosso país, que era essencialmente desconhecida, ganhou nova luz e a sua evolução poderá agora ser avaliada com a realização de futuros censos.

 

Os resultados detalhados, quer por local visitado (página 1) quer por distrito (página 2) podem ser consultados aqui.

Pode ainda ser visualizado o mapa nacional com os locais visitados e respectivos totais de indivíduos contados, neste link.
 
As diferentes cores significam:
  • branco: 0 aves observadas;
  • verde: 1-4 aves observadas;
  • laranja: 5-9 aves observadas;
  • vermelho: 10-19 aves observadas;
  • vermelho escuro: 20 ou mais aves observadas.
 

Garça-branca-grande (Egretta alba) Ribeira das Enguias (21-01-2018).JPG

Garça-branca-grande (Ardea alba) Alcochete (21-01-2018)

 
Neste censo coube-me a responsabilidade e o prazer de coordenar a região do Estuário do Tejo - Margem Sul, tarefa que foi facilitada pelo excelente desempenho dos 12 voluntários que comigo prospectaram toda a zona do estuário (e vales adjacentes) desde o Seixal até Benavente, passando pela Lagoa de Albufeira e pelo Sesimbra Natura Park. A nossa equipa logrou observar 46 a 47 garças e 117 a 118 colhereiros, não tendo sido observada qualquer cegonha-preta.
 
 
[EN]
 1st Great Egret Portuguese Census
 
Following the successful Osprey Census (2015, 2016 and 2017) organized by the Aves de Portugal portal, it was decided to carry out the 1st Great Egret Portuguese Census in the past 20 and 21 January 2018. This citizen science project resulted in a participation of 168 volunteers and in the accounting of 347 to 374 Great Egrets (Ardea alba), 691 to 778 spoonbills (Platalea leucorodia) and 19 to 21 black storks (Ciconia nigra).
 
According to João Tomás and Gonçalo Elias (national coordinators), "there were counted a total of 347 to 374 Great White Egrets in Portuguese territory. Analyzing the table and the results map it is possible to notice that the wintering population of this species is mainly in areas of rice fields, such as the valley and the mouth of the Mondego, the low Tagus river basins and the Sado estuary. No less important are the coastal wetlands with some associated rice production, such as Ria de Aveiro. In addition, the reservoirs and dams of the districts of Santarém, Évora and Beja play an important role in this species choice of wintering grounds. Finally, a small number of individuals are distributed along the coastal strip of the districts of Viana do Castelo, Porto, Leiria and Faro and also in reservoirs and dams of the north-central interior districts, such as Guarda, Castelo Branco and Portalegre."

According to the organization, "this census was a success at all levels: great volunteers adhesion, high degree of coverage of the portuguese territory, excellent teams organization at the largest sites, very favorable weather conditions and above all many great egrets. "
 
The situation of this species as a wintering bird in Portugal, which was essentially unknown, has gained new light and its evolution can now be evaluated with future censuses.

Detailed results, either by site visited (page 1) or by district (page 2) can be found here.

The national map with the visited sites and their individuals numbers can also be consulted in this link.
 
The different colors mean:
  • white: 0 birds observed;
  • green: 1-4 birds observed;
  • orange: 5-9 birds observed;
  • red: 10-19 birds observed;
  • dark red: 20 or more birds observed.
 
In this census it was my responsibility and pleasure to coordinate the Tagus Estuary - South Bank, a task that was facilitated by the excellent performance of the 12 volunteers who with me prospected the entire area of the estuary (and adjacent valleys) from Seixal to Benavente, passing by the Lagoa de Albufeira and Sesimbra Natura Park. Our team managed to observe 46 to 47 great egrets and 117 to 118 spoonbills as no black stork was observed.
 
Pictures:
 
  • Great Egret (Ardea alba)
  • Estuário do Sado - Setúbal - Portugal (24-01-2016)
  • Great Egret (Ardea alba)
  • Alcochete - Portugal (21-01-2018)
09
Jan18

Os Fenótipos e a Etologia - Olhos que tudo vêem

Embora no nosso dia-a-dia tenhamos geralmente a necessidade de dar uso aos nossos 5 sentidos, a visão é possivelmente aquele do qual mais dependemos. Na natureza, se nem todos os animais dependem assim tanto dos olhos, alguns evoluíram de forma a especializarem-se no uso destes órgãos sensoriais.

 

A águia-pesqueira é um desses animais. A visão binocular - possibilitada pela posição dos olhos na parte frontal da cabeça - ajuda-a a avaliar as distâncias, a estrutura das penas por cima dos olhos serve para reduzir o brilho dos reflexos do sol na água e sua excelente visão permite-lhe descobrir os peixes debaixo de água. Isto, em conjunto com algumas outras adaptações (como dedos exteriores reversíveis, membranas nictitantes e válvulas nas narinas), tornam esta ave num dos pescadores mais eficazes do mundo animal.

Águia-pesqueira (Pandion haliaetus)Águia-pesqueira (Pandion haliaetus) Vila Franca de Xira (23-12-2017)

 

Outra fantástica adaptação evolutiva é a visão nocturna dos mochos e corujas. Também possuidoras de uma boa visão binocular, estas rapinas têm olhos grandes e não possuem verdadeiramente um globo ocular mas sim "tubos" alongados. A sua retina apresenta poucas das células receptoras que reagem às cores (cones) mas muitas das células sensíveis à luz e ao movimento (cilindros). Estas características, apesar de impedirem que estes animais percepcionem as cores do mesmo modo que nós, ajudam a aumentar a eficiência em condições de pouca luz, permitindo-lhes ver - e caçar - de noite.

O seu voo silencioso e a sua visão nocturna são sinónimo de morte, para as presas destes implacáveis predadores.

Mocho-pequeno-de-orelhas (Otus scops)Mocho-pequeno-de-orelhas (Otus scops) Penamacor (18-06-2017)

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