Amigos da "vida alada"
Embora sempre tenha tido um interesse especial pelas aves e já colabore em censos da Spea desde 2012, apenas há pouco mais de dois anos resolvi fazer da observação o meu passatempo de eleição.
Como tenho o meu "quê" de anti-social e gosto de andar pelos matos sozinho, nunca foi minha ideia fazer disto um hobbie de grupo. Ainda assim, em qualquer actividade que pratiquemos torna-se inevitável conhecermos pessoas com os mesmos gostos... colegas ou "correligionários". Dessas pessoas, algumas (a maioria) passam sem deixar grandes marcas, enquanto outras acabam por se tornar algo mais.
Passeios de barco no mar alto; dormidas em casas que parecem fornos; aturar idiotas debaixo do sol algarvio; explorar serras, rios e matas; jogos de matraquilhos só com uma mão; sofrer ondas de calor seguidas de queda de granizo; jantaradas até às tantas (para de seguida ter de acordar ao nascer do sol); gozar com as parvoíces uns dos outros (cara-a-cara); fugir ao calor debaixo de aspersores da relva; adoptar um "photography" como mascote; apreciar balcões de café...
Muitas aves observadas (a maioria identificadas, algumas por identificar); o Tejo, o Sado e o Guadiana; as lezírias, a frente marítima de Almada, a baía do Seixal, o Parque da Paz, Sagres e as beiras; momentos National Geographic que nos deixaram com aquela musiquinha na cabeça - "tatatatara tatatatara tatatatarara" - e a sensação de estar a viver um daqueles documentários de domingo à tarde; censos, observações e contagens; listas, listinhas e listeirinhos; aves raras, comuns, fatelas e lixo; fotografias, telescópios e as discussões sobre ambos... estas e tantas outras aventuras vividas não na companhia de qualquer um, mas entre amigos.
Dois grandes anos de maluqueiras, sempre com as aves como pano de fundo. Venham os próximos!